quinta-feira, 5 de maio de 2011

1º Encontro – Módulo 05 – 09 de Abril de 2011.

Neste encontro iniciaremos novo módulo: EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E TRAVALHO: ABORDAGEM SOCIOLÓGICA DA EDUCAÇÃO, faremos uma peregrinação entre  estudos e debates para compreender as relações entre sociedade,  educação e o mundo do trabalho.

Fomos assistir ao filme “O Contador de Histórias”  junto com a turma da Tutora Amélia, pois o nosso Tutor Helton estava impossibilitado de nos acompanhar nos trabalhos por ter contraído uma conjuntivite e estava de licença médica.

Enquanto assistíamos ao filme, que foi até a hora do lanche, a Tutora entrevistava individualmente seus alunos para avaliação do desempenho aproveitamento de cada um.
No retorno à sala após o lanche, a Tutora fez uma leitura sobre o comentário de uma pedagoga, cujo nome não me recordo, sobre a violência acontecida em um colégio público municipal na cidade do Rio de Janeiro.  13 crianças foram vitimadas por um adolescente que invadiu atirando contra os alunos, seguiu-se um breve debate sobre o assunto e outros colegas expuseram suas opiniões, prevaleceu a mensagem para não desanimarmos e que isso representava um fato isolado e devemos continuar nossa luta por uma escola mais segura.

Repassou a pedido do Tutor Helton sobre o trabalho que deveremos executar em equipe na elaboração de fazer um comercial com duração de 15 minutos, criando um slogan sobre os temas: Revolução Industrial; Revolução Francesa; Emile Durkheim; Marx e Engels; John Dewey; Anísio Teixeira; Theodore Schultz: Louis Althusser e Antonio Gramsci, temas e personagens objetos de nossos estudos neste módulo, e maiores especificações seriam informadas no próximo encontro quando do retorno do Tutor.
Gostei do estilo da Tutora, que tem umas tiradas de bom humor enquanto explana os assuntos que aborda, isso descontrai a turma e faz dos encontros momentos muito agradáveis, parabéns a ela pelo estilo alegre e brincalhão e também pelo carinho que demonstra em seu trabalho.
Quanto ao filme, história verídica e emocionante, várias vezes contive as lágrimas e observei que toda a turma também se emocionou com a infância difícil que teve o personagem central. Ele foi deixado pela mãe na FEBEM, que mal informada por um comercial de televisão, achou que seu filho receberia uma educação que o levaria a seguir a carreira de doutor. Mas as crianças internas eram niveladas como menores infratores e todas recebiam o mesmo tratamento, o calvário sofrido por essas crianças foi um crime, que deve ser reparado pelo Estado, assim como estão reparando as vítimas que foram torturadas durante o regime militar.

Fazendo uma humilde homenagem ao protagonista do filme O Contador de Histórias, dirigido por Luiz Villaça, tomo a liberdade de publicar a entrevista concedida pelo pedagogo Roberto Carlos Ramos, feito pelo telefone para NOVA ESCOLA:

NOVA ESCOLA - Como foi a sua aproximação com o diretor Luiz Villaça?
ROBERTO CARLOS RAMOS - Villaça estava lendo um livro infantil que escrevi para o filho dele. O filho dormiu, ele continuou a leitura, e acabou chegando em um trecho em que eu contava a minha história de vida. Ele achou tão interessante que no mesmo dia ele me procurou e propôs que fizéssemos um filme baseado nas minhas experiências.
NE - Você voltou à FEBEM depois de ter saído da instituição?
RCR - Sim, fui estagiário quando estava estudando Pedagogia. Depois de formado, trabalhei como professor em diversas escolas. Hoje em dia, ainda sou ligado às crianças de lá, já que ajudo a criar ex-internos. Vinte e cinco meninos recém-saídos da FEBEM ou de orfanatos moraram comigo até hoje e adotei 13 deles. Minha intenção é proporcionar que eles possam ter oportunidades tão importantes como as que eu tive depois de ser adotado pela Margherit.
NE - Quando você começou a cuidar das crianças?
RCR - Há 20 anos adotei o primeiro menino. Hoje ele é estudante universitário e trabalha como vendedor. Todos os que passam pela nossa casa se comprometem a continuar a ajuda com outras crianças.
NE - Qual o seu trabalho atual?
RCR - Sou contador de histórias e trabalho como palestrante em empresas. Desde 1997 escrevo livros; já lancei quatro títulos infantis e adultos. Ainda em agosto devem ser republicados dois deles em um único exemplar: O Contador de Histórias e o A Arte de Construir Cidadãos. Acredito que aproveito uma habilidade que tenho desde criança: quando estava na FEBEM reclamavam que eu falava demais. Depois, Margherit me disse que eu não poderia deixar essa característica de lado. Foi por isso que me tornei contador de histórias.

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